AUMENTO DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS NO RIO! E O IPK?
1. Foram anunciados os aumentos das passagens de ônibus no Rio e em S.Paulo. Como no período anterior -em função dos protestos- não houve reajustes, as prefeituras acumularam dois anos no reajuste, multiplicando as inflações de dois períodos -2013 e 2014.
2. Não é tão simples. No caso da situação da cidade do Rio de Janeiro, salta aos olhos. Nem se trata de cobrar explicações sobre a aplicação de uma enorme fórmula de reajuste prevista nos contratos de concessão com as empresas de ônibus. Aliás, equação nunca demonstrada.
3. Vejamos do que se trata. De uma forma didática, a tarifa de ônibus tem dois componentes gerais. De um lado os custos, onde se deve incluir, além dos custos diretos e indiretos, o lucro e a depreciação dos equipamentos.
4. Esse componente deve ser multiplicado pelo IPK (índice de passageiros por quilômetro). Não precisa de demonstração que a tarifa é unitária, por passageiro, e se um ônibus leva uma só pessoa ou leva 40 pessoas, a tarifa unitária muda de valor.
5. Isso explica por que as empresas, em geral, concentram veículos nos horários de maior fluxo e nos horários de pouco fluxo os passageiros ficam horas esperando.
6. Mas no caso do Rio de Janeiro há três novos elementos que impactaram fortemente o IPK. O primeiro deles é a entrada de BRTs. A prefeitura informa a imprensa que centenas de milhares de passageiros estão usando o BRT. Que é um sucesso. Dezenas de linhas de ônibus foram suprimidas e os passageiros reclamam em função do porta a porta. E assim confirmam o corte de linhas de ônibus.
7. Um segundo elemento é a entrada de corredores exclusivos, os BRS. Outra vez, isso aumenta atratividade e o uso de ônibus. Finalmente, a supressão de grande parte das linhas de VANS e KOMBIS. Estima-se que o Transporte Alternativo Complementar (TAC) tenha perdido metade dos passageiros que -naturalmente- ampliaram de forma substancial o uso dos ônibus.
8. Nos três casos é evidente o aumento do número de passageiros por quilômetro no sistema de ônibus, com forte incremento através da supressão de grande parte do TAC e dos BRTs nesses corredores.
9. Ora, se o IPK cresceu de forma significativa -embora esse valor seja omitido pelas autoridades- a tarifa de ônibus deveria ser reajustada pelo aumento dos custos -digamos o IPCA de 2 anos- multiplicado por um redutor do IPK. Em nenhuma hipótese se poderia aplicar apenas o IPCA, como foi feito. Suponhamos que o redutor pelo aumento do IPK seja de 30%. Sendo assim, a tarifa de ônibus deveria ter crescido 9% e não 13%.
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E POR FALAR NO SISTEMA DE TRANSPORTES DO RIO: LINHA AMARELA ARREDONDA O REAJUSTE CONTRA O CONSUMIDOR!
1. O contrato assinado pela prefeitura do Rio, com a Lamsa concessionária da Linha Amarela, desde a origem, previa um reajuste anual do pedágio pelo índice de preços. A prefeitura, em 1997, usou o IGP, o que significou um reajuste maior. Em 2011, o novo prefeito recorreu administrativamente e a Lamsa concordou em alterar o índice de preços para o IPCA.
2. Com isso, houve uma redução nominal do pedágio.
3. Agora, em janeiro, o pedágio foi reajustado em 7,27%, acima do IPCA. Como o contrato não foi alterado, o reajuste é irregular. Em vez de R$ 5,90, deveria ser 5,86. Arredondaram para cima. Isso significa x 200.000 por dia, ou R$ 2.920.000 por ano, transferido do bolso do consumidor para o concessionário.
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PREFEITURA DO RIO REDUZ EM 41% ESCOLAS QUE RECEBEM DIFÍCIL ACESSO!
(Professoras AA, BB, CC…) Das 707 escolas que recebiam DIFÍCIL ACESSO, foram excluídas 295, restando 412, o que significa um corte de 42%. Segundo a Resolução SME 1.329 de 2 de janeiro de 2015, foi uma decisão técnica. Aliás, hoje, no Brasil, a expressão “técnica”, quando usada pelos governos, passou a servir para fazer maldades. Anexamos algumas informações.
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OAS NÃO PAGA JUROS DA DÍVIDA E TEM NOTA REBAIXADA!
(Folha de SP, 04) 1. O grupo da construtora OAS, investigada pela operação Lava Jato da Polícia Federal, não pagou juros no valor de US$ 16 milhões, que venciam na sexta-feira (2), de uma dívida no exterior de US$ 400 milhões. A inadimplência fez a empresa entrar em calote técnico.
2. Diante disso, a agência de avaliação de risco Fitch decidiu rebaixar a avaliação de OAS, OAS Construtora e OAS Empreendimentos para C e C, no caso de dívida em moeda local. A nota C significa calote iminente das empresas do grupo. Para contornar os problemas de caixa, a OAS informou que estuda cortar despesas, desfazer-se de ativos e negociar com os credores uma “reestruturação financeira organizada”.