04 de junho de 2013

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA “NEGOCIAÇÃO” DO MARACANÃ! 

1. (Ex-Blog) Em 2007, após o PAN, o prefeito do Rio chamou os presidentes dos três clubes de futebol que não tinham estádio, de forma a que se pudesse definir e licitar a concessão do Engenhão. Os presidentes do Flamengo e do Fluminense informaram não se interessar, pois já havia um acordo com o governo do Estado sobre o Maracanã. É esse acordo -não cumprido- que o presidente do FLA -Marcio Braga- à época, conta em artigo no Globo (03). Abaixo, segue a parte básica desse artigo (2).

2.1. Na privatização do Maracanã, o edital impede a participação dos clubes de futebol na administração do estádio, que, no fim das contas, é de futebol.  Os clubes correm sério risco de sacrificar projetos muito mais rentáveis e adequados às suas necessidades para pagar a conta desse investimento bilionário, pois sãos eles os principais, senão únicos, responsáveis pelo público.

2.2. Uma boa evidência disso é a situação do Flamengo, que está na Gávea desde 1932 e teve seu estádio ativo até a década de 60, quando cedeu parte de sua área para a Rua Mário Ribeiro e o anel de tráfego da Lagoa, colaborando para facilitar o trânsito entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca.  Em 2007, o Flamengo tinha todas as autorizações e licenças necessárias para o Programa de Revitalização da Gávea,

2.3. Tudo mudou quando o Governo do Estado decidiu privatizar o Maracanã e encomendou estudos à empresa americana Booz Allen Hamilton, que apontou que o Flamengo era responsável direto por 70% das receitas do Maracanã. Diante deste número, o governador Sérgio Cabral resolveu revogar a autorização que o Flamengo havia recebido de sua antecessora e acabou com o Programa de Revitalização da Gávea, dizendo que o Maracanã seria do Flamengo.

2.4. Então, o hoje prefeito, à época secretário de Esporte, Eduardo Paes, começou a estruturar a privatização do estádio, incentivando que Flamengo, Fluminense e CBF formassem um consórcio com uma empresa inglesa chamada ISG, que se apresentava como braço da IMG, hoje sócia de Eike Batista na IMX. Flamengo, Fluminense, CBF e ISG assinaram protocolos em 2008 e investiram em estudos de viabilidade, projeções econômico-financeiras, pesquisas de mercado e projetos arquitetônicos e de engenharia para remodelagem e reforma do Maracanã, que custaria R$ 600 milhões e seria paga pela ISG, através de seu Fundo Stadia, sem nenhum investimento público.

2.5. Tudo mudou novamente, em 2009, com a Odebrecht se associando à ISG e impondo mudanças aos protocolos já assinados em 2008 com os objetivos de elevar o custo da obra para R$ 1 bilhão e excluir Flamengo, Fluminense e CBF do eixo central do consórcio. Hoje, depois de receber bem mais que R$ 1 bilhão dos cofres públicos, a Odebrecht detém 90% do consórcio que pretende administrar o estádio por 35 anos, e os clubes foram excluídos no próprio edital de privatização feito pelo Governo do Estado.

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FUGA DE CAPITAIS EM 40 ANOS: BRASIL US$ 519 BILHÕES, MÉXICO US$ 417 BILHÕES!

(El País, 27) 1. Os países em desenvolvimento são vítimas especiais dos paraísos fiscais. A fraude fiscal permitida por eles acaba com recursos destinados ao progresso de povos inteiros. O fenômeno da fuga de capitais não declarados ataca principalmente a América Latina. Dos dez países em desenvolvimento com mais recursos sem registro, quatro são latino americanos. Depois da China, Rússia e Coreia do Sul, o Brasil é o quarto país com mais fugas de capitais não declarados, com 519,5 bilhões de dólares, o que inclui tanto os que propriamente saíram do território, assim como os rendimentos daqueles investidos entre 1970 e 2010, de acordo com o relatório publicado no ano passado pela Tax Justice Network (TJN), rede de especialistas que estão lutando por uma maior justiça fiscal no mundo.

2. O México é o sexto na lista dos países emergentes, abaixo do Kuwait e imediatamente à frente da Venezuela e da Argentina. Do México escaparam em 40 anos, cerca de 417,5 bilhões de dólares; das Venezuela, 405,8 bilhões e da Argentina, 399,1 bilhões. De todas as regiões do mundo em desenvolvimento, apenas o leste da Ásia, com 2,9 trilhões, supera a América Latina, com 2 trilhões, de acordo com o grupo TJN, que calculou de forma conservadora, o fluxo de dinheiro não registrado que vai dos mercados emergentes para os paraísos fiscais por intermédio dos grandes bancos internacionais.

3. O relatório do TJN inclui apenas os capitais financeiros não declarados, aos quais deveriam ser adicionados os imóveis, barcos, cavalos de corrida, lingotes de ouro e outros ativos físicos, segundo James Henry, membro da organização com sede no Reino e economista chefe da consultoria McKinsey. Os chilenos abastados guardam no exterior, sem declarar, 105 bilhões de dólares. Os colombianos, 47,9 bilhões; os panamenhos, 37,6 bilhões; os equatorianos, 21,6 bilhões; os bolivianos, 18,4 bilhões; os uruguaios, 13,3 bilhões; os salvadorenhos, 11,2 bilhões e os peruanos 8,1 bilhões, de acordo com TJN.

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OS PREÇOS DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS NO RIO E SP E A FAMÍLIA!

1. Os preços das passagens de ônibus foram elevados no Rio para R$ 2,95 e em S. Paulo para R$ 3,20.

2. Suponhamos, no Rio, uma família com pai, mãe e dois filhos, que usem ônibus uma vez -ida e volta- por dia. 2,95 x 2 = 5,90. Como são 4 pessoas: 4 x 5,90 = 23,6 reais. Como são 30 dias no mês: 23,6 x 30 = 708 reais.

3. Suponhamos, em S. Paulo, uma família com pai, mãe e dois filhos que usem ônibus uma vez -ida e volta- por dia. 3,20 x 2 = 6,40. Como são 4 pessoas: 4 x 6,40 = 25,60 reais. Como são 30 dias no mês: 25,60 x 30 = 768 reais.

4. O SALÁRIO MÍNIMO nacional é hoje de 678 reais. Não dá para cobrir o gasto de ônibus de uma família de 4 pessoas, usando apenas uma condução de ida e volta ao trabalho ou ao estudo, ou aonde for.

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IDOSOS ENTRE 2000 E 2010 GANHARAM 2 ANOS DE VIDA E PERDERAM 3 DE VIDA SAUDÁVEL!

(Folha de SP, 02) 1. Os idosos de São Paulo estão vivendo mais, mas em piores condições de saúde. Na última década, a taxa de incapacidade por doenças cresceu 78,5% entre os homens e 39,2% entre as mulheres acima de 60 anos.  Entre 2000 e 2010, essa população ganhou, em média, dois anos a mais de expectativa de vida, mas perdeu até três de vida saudável. Os dados vêm de um estudo inédito obtido pela Folha feito a partir de um projeto da Faculdade de Saúde Pública da USP que acompanha diferentes gerações de idosos desde 2000.

2. A expectativa de vida de homens de 60 a 64 anos passou de 17,7 para 19,7 anos. No mesmo período, o número de anos de incapacidade pulou de 4,4 para 7,2. Entre as mulheres da mesma faixa etária, os anos de incapacidade passaram de 9,4 para 13,2.

3. No ano passado, um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard comparou as condições de saúde entre 1990 e 2010 em 187 países. A conclusão foi que a expectativa de vida cresceu, em média, cinco anos, mas pelo menos um ano foi de vida com incapacidade. “Saúde significa mais do que retardar a morte ou elevar a expectativa de vida ao nascer. Precisamos entender melhor como ajudar as pessoas a viver os anos extras em boas condições de saúde”, afirma Joshua Salomon, professor de Harvard e um dos autores de estudo.