04 de fevereiro de 2014

IRRESPONSABILIDADE NO CENTRO HISTÓRICO DO RIO TERÁ CONSEQUÊNCIAS INCALCULÁVEIS!

1. Podem-se buscar razões na excitação da idade ou mesmo na busca incontrolável de deixar marcas na cidade. E é provável que tudo isso tenha sido agravado pela conjuntura adversa de opinião pública que excita a adoção de medidas para tentar reverter a situação. Mas o silêncio de urbanistas, dos departamentos de urbanismo de faculdades de arquitetura, do IAB, a cumplicidade de grandes empresas que têm assessoria e informação de sobra pela experiência acumulada, são inadmissíveis.

2. É verdade que um vetor -hoje de longe o menos importante- entre urbanistas imaginava que cabia a eles fazerem a cidade e convidarem as pessoas a vir morar. Brasília foi assim. A Barra da Tijuca foi assim. Mas, independente dos equívocos, nos casos, se partia de ocupação de espaços vazios sem história urbana e, mesmo no caso da Barra, com uma mínima integração com os demais bairros.

3. Os mais importantes urbanistas daqui e do mundo todo nos ensinam que as cidades são organismos vivos, que vão crescendo, ocupando espaços na lógica das necessidades e interesses dos moradores, das empresas, etc. Cabe ao poder público intervir para potencializar os vetores positivos dessas dinâmicas e inibir ou mesmo reprimir os negativos. Os bairros são produtos dessa dialética.

4. O que está ocorrendo no Centro Histórico do Rio, por obra e arte do poder público, é uma irresponsabilidade. Histórico com H maiúsculo, porque se trata de espaços fundacionais do Rio que cresceram pela lógica das demandas e das necessidades, construindo as ocupações que conhecemos. Intervir potencializando/reprimindo é necessário e tem sido feito desde a Rua do Ouvidor no século XIX, passando por Pereira Passos, Dodsworth, etc.

5. A Av. Central/ Rio Branco não teria sido uma prioridade sem a necessidade de um novo porto e sua articulação, com o transporte de passageiros (o avião da época) e de carga. E potencializando o vetor urbano da região, que exigia as mudanças para garantir a dinâmica de sua ocupação comercial e residencial.

6. Primeiro articulando com a Zona Sul (Av. Beira Mar) e depois com a Zona Norte (Presidente Vargas e Avenida Brasil de Henrique Dodsworth), na medida em que o trem e o bonde perdiam a exclusividade para o automóvel. E a ocupação do Centro ganhou a dinâmica que conhecemos.

7. A lógica das pessoas foi construindo os prédios comerciais, os equipamentos de cultura e lazer, os espaços residenciais, etc. E como ocorre sempre, veio acompanhado da necessária mobilidade que garantisse essa lógica. O bonde primeiro, o trem depois, as barcas, as avenidas, os aviões, o metrô…

8. A área portuária -esvaziada por muitos anos- com a mudança da matriz de transportes em direção ao Porto, demanda uma intervenção potencializadora do poder público. É consenso e vem sendo desenhada desde 1978 pela Associação Comercial. Não importa que venham as divergências da forma que se faz essa ocupação. A lógica das necessidades vai definir sua dinâmica. Ou se alguém prefere, também a lógica do mercado.

9. Agora, entrar na via central do centro histórico e, por isso, assim se chamava na sua inauguração e de um golpe, para facilitar as obras em direção a um espaço em construção que não se pode prever tempo e adensamento, afetando o vetor da mobilidade local e interativa, é algo tão irresponsável, que em qualquer grande cidade do mundo, com história, produziria uma obstrução na justiça ou mesmo popular.

10. Há tempo para a razão prevalecer. Há tempo para os urbanistas falarem. Há tempo para o MP intervir. Como o governador simplesmente se omite, num espaço que é Intermunicipal, interestadual e internacional, há tempo também para as manifestações dizerem não a esta barbaridade.

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SUCESSO COMERCIAL DA FOX NEWS E FRACASSO DAS IDEIAS REPUBLICANAS QUE ESTIMULAVA E APOIAVA!

(Folha de SP, 01) 1. Quase um ano antes do lançamento, “The Loudest Voice in the Room”, a voz mais alta na sala, biografia não autorizada do criador da Fox News, Roger Ailes, já dividia a política e o jornalismo americanos.  Ao longo de sua trajetória político-jornalística, de marqueteiro de Nixon em 1968 a idealizador e força motriz da Fox News em 1996.

2. O livro retrata um personagem ameaçador e autoritário no trato pessoal, inclusive nos poucos contatos com o autor, mas capaz de quase sozinho transformar o pequeno canal de notícias conservador em líder de audiência. Sua Fox News acabou por ultrapassar o faturamento publicitário somado dos telejornais nacionais das três grandes redes e dos canais noticiosos concorrentes –e tornou-se modelo de jornalismo mundo afora.

3. Por outro lado, Sherman indica na biografia que Ailes, 73, é um tigre de papel. Ou melhor, que a Fox News é a pior notícia para as bandeiras que ele supostamente defende. A radicalização dos republicanos, estimulada por ele através do canal, acabou por tornar a legenda inviável em eleições majoritárias, numa democracia americana de busca do centro.

4. Credita a reeleição de Obama, em parte, ao palco fornecido aos extremistas republicanos e ao esforço de Ailes para se tornar o grande eleitor americano, um fabricante-de-presidentes. “The Loudest Voice in the Room”, nessas duas faces de seu protagonista, ao mesmo tempo motor e fraqueza dos republicanos, acaba por confundir tanto os conservadores como os liberais, o que é uma qualidade.

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PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO NA EUROPA!

(Imprensa Europeia, 04) 1. A Comissão Europeia -UE- realizou uma ampla pesquisa sobre a percepção, em cada país, da corrupção. A pergunta foi: Qual a extensão da corrupção em seu país? Os que responderam “totalmente estendida” mostram uma altíssima porcentagem.

2. Mais de 90%: Grécia, Itália, Lituânia. Espanha, Rep. Checa, Croácia, Romênia, Eslovénia. Portugal e Eslováquia.

3. Entre 80% e 90%: Hungria, Bulgária, Malta, Letônia, Polônia e Irlanda.

4. Entre 70% e 80%: Chipre e média da UE (76%).

5. Entre 60% e 70%: França, Bélgica, Áustria, Estônia, Reino Unido e Holanda.

6. Entre 50% e 60%: Alemanha

7. Entre 40% e 50%: Suécia e Luxemburgo.

8. Finlândia 29% e Dinamarca 20%.

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EL SALVADOR: ABSTENÇÃO ALCANÇOU 53,5%!

(Clarín, 04) 1. Sánchez Cerén – FMLN- estuvo a punto de ganar el domingo la sucesión del presidente Mauricio Funes, primer mandatario izquierdista salvadoreño, al obtener el 48,92%.

2. Quijano -Arena-  quedó diez puntos más abajo en unos comicios con 53,5% de abstencionismo. Ahora, la llave podría estar en manos del ex presidente Antonio Saca (2004-2009), que ex-Arena, se postuló por cuenta propia, y quedó con 11%.