ALGUNS DESTAQUES NO SEMINÁRIO PARALELO À CONVENÇÃO DO PARTIDO REPUBLICANO NOS EUA! TRUMP É A ANTIPOLÍTICA! IMPORTÂNCIA DA TV CAIU MUITO! ELITE POLÍTICA PERDEU CONTATO COM A SOCIEDADE!
Bruno K. presidente da juventude nacional do DEM e vice-presidente da juventude da IDU convidado da IDU para participar da convenção republicana e do seminário paralelo à convenção promovida pela IDU (União Democrática Internacional) apresentou seu relatório. Deste, vários pontos foram destacados por este Ex-Blog, que inclusive poderão ser úteis às eleições brasileiras, como as municipais desse ano. Seguem alguns pontos destacados.
A- SOBRE AS ELEIÇÕES:
1. Robin Vos (Presidente da Assembleia Legislativa Wisconsin. – Temos que aprender a propor. Ser ativos ao invés de ser reativos. Temos que ter nossa agenda e nossas ideias. – Os parlamentos hoje votam projetos da forma como já foi decidido pelos chefes dos partidos. Não se debate mais as ideias, não se busca consenso. Muito polarizado. Política se transformou em falar mal e criticar na internet.
2. Karl Rove (Chefe de Gabinete Adjunto e Estrategista do Presidente George W. Bush) – – Nunca vi uma eleição assim, completamente confusa. – Confiança das pessoas nas instituições é mínima. Não acham Trump capaz de fazer tudo que promete, mas acham ele combativo, querem alguém que brigue. – Elite política perdeu tanto contato com a sociedade que a população quer eleger um bilionário por acreditar que ele é um outsider. – Últimos 20 anos são de radicalismo entre Republicanos e Democratas. Um radicalismo quase igual ao que se sentia após a guerra civil. Não se sabe o que ocorrerá com os partidos após eleição. – Ambos os partidos mostram alguma frustração com Obama. Os eleitores de Trump acham que Obama foi longe demais na guinada à esquerda. Os eleitores de Sanders acham que ele devia ter ido ainda mais longe. – Perdemos para Obama em 2008 na qualidade e não na quantidade de uso das redes. Ele segmentava o eleitorado e nós mandávamos a mesma mensagem para todo mundo. Mandamos mais, mas gerava menos efeito.
3. Terry Nelson (Consultor Político). – Eleitores Republicanos: Só 25% querem banir os muçulmanos, mas 82% querem banir os sírios especificamente. – Eleitores Democratas estão menos protecionistas economicamente do que antes e republicanos estão mais. – 79% rejeitam o Congresso. Maior rejeição desde 1974. – Em 1992, 37% eram independentes, 34% republicanos e 29% democratas. Em 2005, todos tinham 33%. Em 2016, 40% são independentes, 31% são democratas e 27% são republicanos. Republicanos perderam para independentes. – País vai na direção certa? Hoje, 70% Não e 24% Sim. – Eleitorado mais diverso da história dos EUA: 69% brancos, 12% negros, 11% latinos, 4% asiáticos e 4% outros.
4. Danny Diaz (Coordenação da campanha de Jeb Bush). – Trump é o candidato da antipolítica. O povo quer isso. – A cobertura jornalística sobre Trump foi totalmente desproporcional. Isso ajudou muito. – Trump cria apelidos para os adversários e a mídia repercute.
5. Ed Brookover (Coordenação da campanha de Trump). – Trump: Estratégia é não ser político, não ser diplomático, não ser correto. Falar as verdades, atender a demanda da população por alguém sincero. – Vai tentar mostrar outra face de Trump: Empresário inteligente e homem amoroso com sua família. – Queremos agora expandir o eleitorado de Trump e buscar: Insatisfeitos com Obama, Pessoas antipolítica, Pessoas que nunca votam, Pessoas que acham que os EUA não estão seguros, – A rejeição dos candidatos pode fazer o comparecimento crescer: Pessoas vão votar em um por ser contra o outro. – Não focamos a TV. Importância caiu muito. Pessoas estão nas redes, nos sites, nos blogs. – Temos um grupo de equipe de rua que viaja de estado em estado, muito bem treinado, ao invés de grupos locais. – “Trump não é isolacionista, mas não temos uma palavra que defina o que ele é em termos de política externa”. – Trump vai anunciar durante a campanha convites para pessoas que têm experiência administrativa fazerem parte de seu ministério.
6. Ben Ginsberg (Consultor Republicano). – É a campanha onde os dois candidatos são os mais impopulares na história. – Se Gary Johnson, terceira via, chegar a 15%, irá aos debates. – Um debate entre Trump e Hillary seria o mais assistido de todos, despertando ódios e paixões, um show.
B) SOBRE POLÍTICA EXTERNA (coordenação do Instituto Republicano). O MUNDO HOJE É MAIS PERIGOSO DO QUE NA GUERRA FRIA!
1. John Kasich (Governador de Ohio e quarto colocado nas primárias). – “Ser nacionalista não é um problema. Problema é ser extremo. O isolacionismo é negativo.” – “Por que ser anti-imigração? Os imigrantes são positivos, ajudam nossa economia. Deve haver maior controle, mas não essa demonização.” – “Reino Unido fora da União Europeia? Putin comemora!”. – O enfraquecimento da OTAN é o fortalecimento da Rússia, da China e do Islã radical. – Comércio livre é fundamental. Respeito aos aliados também. – “Onde estão os líderes religiosos cristãos que não condenam o terrorismo islâmico duramente?”
2. David Purdue (Senador). – “O mundo hoje é mais perigoso do que na Guerra Fria”. – “Estado Islâmico cresce e ataca dentro do nosso país.” – “Quando os EUA vão voltar a liderar e promover a liberdade?” – “Rússia nitidamente patrocina grupos pró-Rússia na Europa Oriental. Nossos aliados na região estão com medo e nós não ajudamos?” – Arábia Saudita quer resolver questão do Estado Islâmico, mas governo Obama não ajuda.
3. Paul Ryan (Presidente da Câmara dos Deputados e candidato a Vice em 2012). – Nossos inimigos não nos temem mais. Nossos aliados não confiam mais em nós. – O governo não pode fazer ameaças e depois não cumprir, como Obama fez na Síria. – A direita precisa colocar sua plataforma de forma clara. – Temos que recuperar a capacidade das pessoas de se autogovernar, cortar impostos e melhorar o gasto público.
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AMÉRICA LATINA E ESTADOS UNIDOS: A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA JURÍDICA E DAS INSTITUIÇÕES! CHILE E URUGUAI!
Historiador e especialista em América Latina, Joseph Tulchin, autor de América Latina x Estados Unidos – Uma relação turbulenta.
1. Eu não focaria nas últimas mudanças e suas guinadas à esquerda, guinadas à direita. Isso é muito exagerado na América Latina. Os dois amigos mais próximos dos Estados Unidos na região hoje são governos de esquerda: Chile e Uruguai. Eles têm excelentes relações, mutuamente benéficas. Ao mesmo tempo (os Estados Unidos) vão muito bem também com Argentina e Colômbia, e esperamos que seja assim com (Pedro Pablo) Kuczynski, no Peru.
2. Não se trata de esquerda contra direita. A razão dessa relação ser tão forte com Chile e Uruguai é que são ambos países que gostam do Estado de direito, têm Judiciários fortes, marcos regulatórios claros e são grandes defensores dos direitos civis e humanos. A única diferença é que Chile é muito conservador em questões sociais em razão do grande poder da Igreja. Somos (EUA) muito familiares com esses dois países porque compartilhamos os mesmos valores e eles estão à esquerda.