01 de fevereiro de 2013

POLÍTICA ANTI-INFLACIONÁRIA DE DILMA!

1. Telefona para prefeitos e governadores e pede para segurarem o reajuste anual das tarifas de ônibus, metrô e trens.

2. Liga para o Banco Central e manda comprar uns bilhões para derrubar o dólar e, com isso, baratear as importações.

3. Vai à TV e manda baixar a conta de luz.

4. Passa um e-mail para a presidente da Petrobras e manda aguentar o prejuízo mais um pouquinho e segurar o preço dos combustíveis.

5. Pede ao presidente do Banco Central para não elevar o juro básico mesmo com a inflação passando de 6,5%.

6. As medidas anti-inflacionárias de Dilma seguem rigorosamente a receita da equipe de Cristina Kirchner. Uma exceção: ainda não houve a intervenção no IBGE como foi feita no INDEC argentino.

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IDEB, “IDEB-OBIZAÇÃO” E HORÁRIO INTEGRAL!

1. (Estado de SP, 22) Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2012 de 309 escolas de tempo integral do governo do Estado de São Paulo revelam que não houve diferença de aprendizagem entre alunos da rede normal e os que estavam no modelo até o ano passado. Nessas escolas, nos dois ciclos do ensino fundamental, as notas de matemática, apesar de serem mais altas, estão na mesma faixa na escala de proficiência. Assim, os alunos sabem a mesma coisa.

2.1. (Ex-Blog) Não é necessário consultar grandes educadores para saber o que o bom senso indica, especialmente no mundo de hoje em que a socialização das crianças e adolescentes se dá em proporção muito menor no mundo da família e da escola que antes. E com o acesso à internet, essa proporção é ainda menor.

2.2. O Universo da Educação abrange não só o Ensino, mas a inclusão social, cultural, esportiva, profissional… Nas escolas públicas em que a proporção de crianças e adolescentes de baixa renda é muito maior, as questões inclusivas são fundamentais, seja do ponto de vista da nutrição, da higiene e da mobilidade, como do estímulo à permanência na escola através das práticas culturais e esportivas, que sugerem mobilidade social pelas referências externas que as crianças e adolescentes têm.

2.3. O Horário Integral, nesse sentido, está mais voltado para as funções inclusivas do que propriamente para o ensino, embora, claro, cumpra suas funções também aqui, mas quase sempre de apoio (dever de casa, reforço…). Portanto, não é surpresa o resultado identificado no Estado de SP por comparação de escolas em regime distinto. Se fossem realizadas análises também no campo das inclusões, certamente se verificaria o diferencial.

2.4. O IDEB é um índice importante de avaliação, mas apenas um de tantos outros índices. Nem se precisa lembrar as críticas –que hoje são gerais- à mistura de avaliação e notas de prova. Por isso, IDEB não pode ser objeto de prioridade de  treinamento com vistas àquele índice. Sendo assim, a Escola vira cursinho de concurso ou vestibular, mecanizando os acertos.

2.5. Empresas, Fundações, Institutos e ONGs privados estão usando o IDEB para mensurar quantitativamente seus métodos. Oferecem pacotes aos governos para que os governantes –na sua função política e de comunicação- “brilhem”, ajudando-os a subir degraus no Índice. A prefeitura do Rio é um exemplo disso, a ponto de alunos com notas insuficientes nos “cursinhos” internos fiquem qualificados em turmas de transição e, dessa forma, não são apresentados para as provas do IDEB. Estima-se que no Rio isso ocorra com pelo menos 20% dos alunos das séries que farão as provas.

2.6. Na prefeitura do Rio os Polos de inclusão pelas artes, pelos esportes e pelos ofícios, foram desativados em 2013. Afinal, o que interessa nesse esquema de privatização do ensino é mecanizar para as provas. As funções inclusivas nas escolas, básicas e fundamentais para os alunos de baixa renda, são minimizadas.

2.7. A isso se chama “IDEB-OBIZAÇÃO”. Uma vez empacotados os alunos e algum avanço no IDEB, a Prefeitura ou Estado que serviu de cobaia, como a do Rio, é oferecido como exemplo, para que o pacote privado seja oferecido a outros governos para o glamour dos governantes. Em uns anos mais, quando se der conta disso, a “Ideb-obização” já terá desintegrado toda uma ou duas gerações.

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DEBACLE DA BOLSA BRASILEIRA – BOVESPA!

(Miriam Leitão, 31) 1. A bolsa brasileira está há dois anos andando de lado. Rompeu os 70 mil pontos em janeiro de 2011. Está em 59 mil. Seria normal, se fosse no mundo inteiro, mas, nos EUA, o índice S&P 500 ultrapassou, pela terceira vez em sua história, a marca de 1.500 pontos. O Dow Jones está perto do recorde. Na Europa, estão em recuperação as bolsas de Grécia, Portugal e Espanha. Na América Latina, o México se destaca.

2. O mau desempenho do Ibovepa tem a ver com a desaceleração da economia, mas isso não explica tudo. A queda do ritmo de crescimento do PIB, de 7,5% em 2010 para cerca de 1% em 2012, piora o ambiente para os negócios e a rentabilidade das empresas. Mas há, além disso, percepção de aumento do intervencionismo estatal e maior imprevisibilidade.

3. As ações da Petrobrás caíram 4,8% ontem. Nos últimos dois anos, as ações PN da empresa caíram 30%. Desde 2009, a redução encosta em 50%. O “Financial Times” classificou a queda como uma das mais dramáticas do setor de energia. Vários integrantes do governo falam sobre preço dos combustíveis, só a Petrobras parece não ter voz ativa no seu principal produto.

4. As ações PN da Vale perderam 18,5% do valor em dois anos. A MP 579, que mudou as regras do setor elétrico, provocou uma fuga em massa de investidores. As ações ON da Eletrobras caíram 54% desde agosto.

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DA SÉRIE: “SÃO SÓ ESTALINHOS”! SOBRE OS ANÚNCIOS-BOMBA!

(Globo online, 29) 1. A Prefeitura do Rio de Janeiro adiou indefinidamente a realização da licitação para construção e exploração das linhas de bondes na Zona Portuária. A entrega de propostas para execução dos serviços aconteceria hoje à tarde, mas, de acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, a concorrência teria sido postergada a pedido de empresas interessadas em participar da disputa para que houvesse mais tempo para melhorar as proposições econômicas.

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SENADOR BOLIVIANO COMPLETA 250 DIAS NA EMBAIXADA DO BRASIL EM LA PAZ! O CONGRESSO BRASILEIRO DEVERIA SE PRONUNCIAR, ASSIM COMO OS PARTIDOS!

1. Evo Morales, de forma inusitada, não autoriza salvo conduto. Cabe ao Brasil identificar se o candidato a asilo diplomático sofre perseguição política e se o delito a ele imputado é de natureza política. No caso do Senador Roger Pinto, isso foi feito pelo Embaixador do Brasil em La Paz, após contatos com seu Governo. Em seguida, ele pediu um salvo-conduto à autoridade boliviana para ele deixar com segurança a Bolívia. É a autoridade que concede o asilo, no caso o Governo brasileiro, que qualifica os pressupostos políticos do asilo.

2. Raros são os casos de controvérsias na qualificação política do asilo. Há um caso histórico, o de Haya De La Torre, líder aprista, que comandara uma rebelião militar no Peru e que solicitara asilo na Embaixada da Colômbia em Lima. O Governo peruano negou a concessão do salvo conduto, alegando que se tratava de criminoso comum e não político. O caso foi parar na Corte Internacional de Justiça. De La Torre ficou na embaixada três anos até conseguir o salvo-conduto para deixar com segurança o território peruano.

3. Nenhum Governo nega  direito a salvo conduto, pois isso seria criar grandes embaraços às relações entre ambos os Governos. Para forçar a concessão do salvo-conduto, é preciso que o Governo brasileiro venha a exercer as necessárias pressões sobre o Governo boliviano. Não lhe faltam instrumentos para isso. Falta apenas a vontade política para enfrentar o governo autoritário de Evo Morales. Se for o caso que se endureça a posição brasileira, inclusive ameaçando levar o assunto à Corte Internacional de Justiça de Haia.