RELATÓRIO DA REUNIÃO DA F. K. ADENAUER E ODCA! DESDOBRAMENTOS DA REUNIÃO DO G-20 EM HAMBURGO – 2017!
REUNIÃO DO COMITÊ EXECUTIVO DA ODCA.
Buenos Aires – 27, 28 e 29 de julho de 2017.
Primeira Parte: 1. Apresentação pela FKA da reunião do G-20 em Hamburgo e seus desdobramentos. Para a FKA foi um enorme sucesso. Todos os relatórios sobre os temas (com exceção da questão ambiental em função dos EUA), foram aprovados por unanimidade. Otimismo em relação à economia mundial, e preocupação em relação ao terrorismo.
2. G-20 amplia o leque dos assuntos que aborda. Há uma tríade responsável: o atual país responsável, o anterior e o seguinte. Em 1 de dezembro de 2017, a Argentina assume a coordenação. A próxima coordenação a partir do fim de 2018, será do Japão.
3. Temas novos incluídos nas prioridades do G-20: a África, a Saúde e a Educação. África, esforço pelo desenvolvimento. Saúde, preocupação com as pandemias e com a resistência biológica em função do excesso de antibióticos consumidos. Educação entra como tema a partir de coordenação da Argentina.
4. A Câmara de Deputados da Argentina criará uma comissão especial de acompanhamento do G-20 durante a gestão argentina e estimula os partidos do continente a interagirem.
Segunda Parte: 1. O recrudescimento do populismo e neopopulismo. Características tradicionais se mantêm e se intensificam em função do acesso à mídia. As crises abrem caminho para as lideranças carismáticas e “salvadoras” com o uso da internet e das redes sociais.
2. Há que se ter um foco novo em relação à grave situação do desemprego, em especial relativo aos mais jovens. Os partidos da ODCA deveriam encaminhar análises objetivas a respeito, e medidas que têm funcionado.
Terceira Parte: Reunião do Comitê Executivo da ODCA. Presidente informa suas atividades em especial do trabalho conjunto com a FKA. Recentemente esteve em Berlim avaliando o trabalho político relativo à América Latina com CDU e FKA.
1. Relação com FKA tem sido muito importante para as atividades políticas e temáticas da ODCA. Mas a ODCA deve sempre sublinhar sua autonomia. A mudança do estatuto da IDC na reunião de Malta, em relação a importância das regionais como ODCA, não pode ser dada como favas contadas em relação à entrada de novos partidos diretamente pela IDC. A ODCA não entende que isso esteja resolvido.
2. As próximas eleições na Argentina, Chile, Honduras e em 2018 México e Brasil devem ter missões da ODCA de acompanhamento.
3. Informe sobre a situação das campanhas eleitorais no Chile, Honduras e México. No Chile, a Democracia Cristã, depois de muitos anos, desde a redemocratização, na eleição presidencial de fim de 2017, irá com candidato próprio. As primárias, coordenadas pelo PS, mostraram que não haveria respeito pelos espaços na coligação.
4. As pesquisas mostram Piñera -RN/UDI- na frente, com menos de 30%, seguido pela candidata de um novo partido -Frente Ampla- e muito próximo pelo candidato do PS, ambos com pouco menos de 25%. O candidato da DC tem menos de 10%. Com a reforma eleitoral terminando com a dupla maioria na eleição de deputados e senadores nos distritos eleitorais, a DC, que normalmente tem quase 15% dos deputados pode ter um baque. E, por isso, há negociações com o PS/PPD de forma a algum tipo de distribuição regional das forças políticas, minimizando o risco parlamentar da DC. O novo sistema eleitoral em que a carteira de identidade é automaticamente o título eleitoral, e a não obrigatoriedade do voto, levou, na última eleição municipal ano passado, a uma abstenção de 65%. Como será agora em nível da Câmara de Deputados? E beneficiando ou prejudicando quais forças políticas.
5. O PAN tem crescido muito no México e, nesse momento, é apontado como favorito na eleição presidencial de julho de 2018. Controla 12 Estados e provavelmente 13 proximamente, ou o equivalente a 40 milhões de pessoas. Mas a luta interna para definir o candidato está demasiadamente renhida. Lidera a esposa do ex-presidente Calderón, com pequena margem. A preocupação maior é com o novo partido criado -Morena-, dissidência do PRD e mais à esquerda, sob a presidência de Lopes Obrador, que exalta o personalismo e a demagogia. É estranho que vários empresários de porte estejam financiando a campanha de Lopes Obrador. Há semelhança com o lançamento da candidatura de Chávez em sua primeira eleição, o que é preocupante.
6. Finalmente, foi apresentada a situação de Honduras, que terá eleição no final deste ano. O partido nacional governante desenvolveu uma tecnologia eleitoral permanente, responsabilizando seus militantes pelo acompanhamento dos micro distritos de mais ou menos 200 famílias.
7. Foi apresentada a situação do Brasil por Cesar Maia, que mostrou a semelhança metodológica entre a operação Mãos Limpas na Itália e a operação Lava Jato no Brasil. Independente de alguns excessos, a Lava Jato era uma necessidade para moralizar o processo político e eleitoral. A imprevisibilidade vem da desmoralização dos políticos em geral e da falta de alternativas – até aqui. Na Itália, os 2 principais partidos desapareceram -DC e PS- e 4 chefes de governo foram condenados. O desdobramento foi o ciclo Berlusconi e depois a antipolítica do MV5. Mas esse é um problema dos partidos; e as investigações não podem ser afetadas por esse risco. A nova lei de reforma político-eleitoral deve ter este foco também. Com o desgaste dos 3 principais partidos (PT, PMDB e PSDB), o DEM tem crescido, ocupando espaços, especialmente após um deputado seu -Rodrigo Maia- vencer as eleições para presidência da Câmara de Deputados, o que, com o impeachment de Dilma, passa a ser a segunda autoridade da República.
8. Foi solicitada à ODCA a preparação de um documento para ser apresentado na reunião do comitê executivo da IDC no Camboja em 23 de novembro.
9. Foi debatida a mais grave situação da Venezuela e a ausência de alternativa na medida que o governo Maduro se torna cada vez mais ditatorial. A hipótese de uma guerra civil nem se coloca, pois a oposição é desarmada e ninguém cogita uma intervenção externa.
10. O Uruguai está sendo um caso à parte na América Latina, seja pela situação econômica muito favorável, mas pelos avanços na democracia social. O Panamá e o Paraguai vão bem economicamente, mas sem a amplitude econômica, política, institucional e social do Uruguai.
11. A política argentina permanece fracionada, com o caso histórico do peronismo. Renova-se agora em outubro 50% da Câmara de Deputados e 100% do Senado. Cristina Kirchner deve voltar ao Senado mesmo não chegando em primeiro lugar na poderosa província de Buenos Aires. Há a expectativa que Macri consiga avançar na Câmara de Deputados, passando de 30% a 40%, assim como no Senado. As coligações nas provinciais se dão com todo tipo de cruzamento entre partidos, várias vezes contraditório entre uma e outra província.
12. A FKA tem mostrado a sua preocupação com a situação política dos partidos da ODCA no Equador e no Peru, assim como na Argentina e na Venezuela. Os tradicionais partidos democrata-cristãos nesses países já não têm representatividade e a FKA entende que a ODCA deveria abrir caminho para outros partidos, como o PRO de Macri. A ODCA alega que não há obstrução, mas o PRO deveria formalizar seu pedido de inclusão na forma estatutária da ODCA, assim como o partido Nacional do Uruguai e o Primeiro Justiça da Venezuela.
13. Em 23 de novembro haverá reunião da comissão executiva da IDC no Camboja, Phnom-Penh. No dia anterior ocorrerá um amplo congresso de partidos asiáticos.